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Política e uso terapêutico são temas de curso sobre psicodélicos

Nos últimos anos, substâncias como LSD, MDMA, mais conhecida como ecstasy, e a psilocibina, presente nos cogumelos mágicos, proibidas há décadas, voltaram a ser estudadas por cientistas em todo o mundo. Embora continuem ilegais na maioria dos países, um número expressivo de pesquisas aponta que elas podem revolucionar, por exemplo, tratamentos de transtornos mentais graves, para os quais não existem medicamentos disponíveis. Mas, então, por que ainda seguem proscritas? Para ajudar a entender esse terreno cheio de interrogações, a APB (Associação Psicodélica do Brasil) está lançando em agosto a primeira edição do curso Mente Manifesta - Aspectos clínicos e políticos do uso de psicodélicos.

Paula Nogueira, para a Psicodelicamente

Foto: Gerd Altmann/Pixabay

Realizado pelo Centro de Estudos Psicodélicos da APB, o curso online Mente Manifesta – Aspectos clínicos e políticos do uso de psicodélicos, acontecerá de 6 de agosto a 22 de outubro, durante 10 sábados consecutivos, dividido em quatro módulos. As aulas abordarão desde o complexo contexto político ao polêmico uso terapêutico. O primeiro eixo, que será coordenado pelo psicólogo Sandro Rodrigues, fará uma introdução geral ao tema, do uso cerimonial ancestral ao início dos estudos científicos, passando ainda por aplicações em terapia e questões legais.

O segundo módulo, sob direção do psicólogo Fernando Bezerra, vai tratar das recentes investigações científicas sobre o uso terapêutico e orientações éticas sobre terapias. A terceira parte irá abordar o processo de integração das experiências, aprofundando o debate sobre a terapêutica e terá a direção da psicoterapeuta clínica e bióloga Daniela Monteiro. O quarto conteúdo, coordenado pelo pesquisador Márcio Oliveira, vai abordar o uso de microdosagem, baseado em diversas leituras críticas.

“O curso tem como objetivo incidir na formação de profissionais da saúde, pesquisadores, estudantes, mas também está aberto a todos que desejam expandir o conhecimento sobre o universo psicodélico”, observa o pesquisador da APB, Márcio Oliveira. Avanço de estudos e implicações no campo da saúde tornam cada vez mais importante o acesso a informações seguras sobre essas substâncias, observa o coordenador.

Pensando na questão do acesso, a APB está oferecendo 15 vagas gratuitas para pessoas interessadas no tema e ligadas às lutas sociais. Desde que foi criada em 2015, a associação pesquisa temas relacionados ao uso de psicodélicos, buscando capacitar profissionais e desenvolvendo ações em rede alinhados à perspectiva de uma política de drogas antiproibicionista e de redução de riscos e danos.

Se você participa de algum movimento social ou antiproibicionista e se interessa por psicodélicos saiba como concorrer a uma dessas vagas nas redes da APB. Para mais informações e inscrições, acesse o site: https://www.eventweb.com.br/mentemanifesta/home-event/

Paula Nogueira

Jornalista, com formação técnica em rádio, pós-graduanda em Gestão da Comunicação Digital e Mídias Sociais. É colaboradora do UOL e da revista Psicodelicamente e atualmente também trabalha na pesquisa da biografia Tião Carreiro – Vida e Viola.

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