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Roland Griffiths, pioneiro da ciência psicodélica, morre aos 77

Responsável por estudos inovadores sobre psilocibina e fundador de centro de pesquisa psicodélica da Johns Hopkins, pesquisador lutava contra o câncer

Carlos Minuano e Flávia Feitosa, para a Psicodelicamente

Foto: Reprodução

O mundo psicodelico está de luto. Morreu ontem, segunda, 16, aos 77 anos, o neurocientista Roland Griffiths, pioneiro da ciência psicodélica. Manifestações de carinho começaram a circular hoje cedo pelas redes sociais lamentando a perda.

“Um dia triste: meu amigo e colega de longa data, Roland Griffiths, morreu ontem à noite após uma longa batalha contra o câncer, durante a qual ele demonstrou a coragem e a sabedoria inspiradoras que caracterizaram toda a sua carreira, especialmente na ressurreição da pesquisa psicodélica. Um verdadeiro grande cientista”, escreveu hoje cedo o pesquisador David Nutt, chefe do Centro de Pesquisa Psicodélica do Imperial College de Londres, pela rede social X (ex-Twitter).

Griffiths foi pioneiro na investigação de como os psicodélicos podem ajudar a tratar a depressão, o vício e, em pacientes com diagnóstico de câncer com risco de vida, amenizando o sofrimento psicológico.

Ele também investigou como o uso de psicodélicos pode produzir sentimentos transformadores e duradouros de conexão possibilitando aprendizados sobre como viver melhor.

Em 2022, Griffiths anunciou que havia sido diagnosticado com câncer de cólon metastico em estágio 4. Ao jornal americano The New York Times, em abril deste ano, ele afimou que “estava aprendendo a morrer”. O cientista afirmou que o diagnóstico para ele trouxe à tona sentimentos transcendentemente positivos sobre a existência e o que ele chama de o grande mistério da consciência. 

“Acredito que, em princípio, não deveríamos precisar desse diagnóstico de câncer em estágio 4 para despertar, mas estou animado para me comunicar, para sacudir as grades e dizer às pessoas: ‘Vamos, vamos acordar!”, disse ele ao jornal. Mas, estava consciente sobre sua condição. “O prognóstico é de 50% de chance de eu chegar ao Halloween.”

Griffiths era professor nos departamentos de psiquiatria e neurociências da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins e diretor fundador do Centro de Pesquisa Psicodélica e da Consciência da Universidade Johns Hopkins.

Após uma longa carreira de pesquisa farmacológica, Griffiths abriu uma nova era na ciência psicodélica com estudos inovadores sobre o uso da psilocibina para fins espirituais e terapêuticos.

Nos últimos anos, o neurocientista e sua equipe publicaram mais de 144 artigos sobre psicodélicos em revistas científicas respeitadas.

Seu trabalho promoveu uma ampla reconsideração do potencial dos psicodélicos nos campos da ciência e da medicina e inspirou uma nova geração de pesquisadores. Este ano, ele foi homenageado no congresso Psychedelic Science em Denver.  Por causa da doença, sua presença era uma dúvida na homenagem.

“Faça o seu melhor para permanecer presente e celebre a preciosidade do grande mistério”, disse Griffiths para as cerca de 700 pessoas que acompanharam a cerimônia. O cientista se emocionou e em silêncio, com as mãos em oração, agradeceu a homenagem.

******ERRAMOS: Este conteúdo foi editado. Diferentemente do informado anteriormente na matéria, Roland R. Griffiths, nascido em 19 de julho de 1946, morreu aos 77 anos

 

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