Revista digital de jornalismo psicodélico

Search

Nelson Motta fala sobre uso de ‘cogumelos mágicos’

Evidências científicas e terapêuticas despertaram o interesse do jornalista, que contou estar usando microdose de psilocibina

Carlos Minuano, para a Psicodelicamente

Foto: Reprodução

Em sua coluna no jornal O Globo e no seu perfil no Instagram, o jornalista Nelson Motta tornou público estar utilizando microdoses regulares de psilocibina (princípio ativo dos cogumelos popularmente chamados de mágicos). 

“Há algum tempo venho me interessando sobre o novo mundo dos cogumelos e da psilocibina, por suas evidências científicas e possibilidades terapêuticas, de expansão da consciência, de integração com a natureza, de superação de dores e doenças, e de encontros com suas verdades mais profundas, como conexão espiritual (não religiosa) com o mistério da vida e da morte”, escreveu o jornalista. 

Motta cita duas séries “How to change your mind” e “Fantastic Mushrooms” (disponíveis na Netflix) que, segundo ele, o ajudaram a compreender a complexidade e a simplicidade dos cogumelos psicodélicos. 

“Suas utilidades são tantas que foram chamados de ‘mágicos’, embora não façam milagres, não deem bondade, inteligência ou talento a quem não tem.”

O jornalista chamou a atenção para a importância do uso responsável dessas substâncias. “É preciso falar com muito cuidado, não vulgarizar nem superficializar o assunto, ouvir médicos e cientistas”. Ele começou a usar por orientação de sua médica.

Motta defendeu também a liberdade dos psicodélicos – proibidos e perseguidos desde 1970. Segundo ele, é necessário “evitar que as forças da ignorância e do preconceito atrasem a nossa vida proibindo, ou ‘regulando’, os cogumelos em nome da moral, da família, e da pátria.” 

“Todo cuidado é pouco com a paixão nacional pelo atraso e o obscurantismo a obsessão em mandar na vida das pessoas”, alertou o jornalista. 

Vale lembrar que, apesar das evidências cientificas, a circulação e o comércio da psilocibina ainda ocorre de maneira ilegal. O uso atualmente só é autorizado em contexto de pesquisas.

No Brasil, pelo menos dois estudos estão em desenvolvimento, na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e no Instituto Alma Viva em parceria com o Certbio (Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste) da UFCG (Universidade Federal de Campina Grande.

Carlos Minuano

Jornalista e escritor, há mais de duas décadas escreve sobre psicodélicos nos principais veículos jornalísticos do país, como nas revistas CartaCapital, Rolling Stone, jornal Metro. É colaborador do portal UOL desde 2012. Além de dirigir a Psicodelicamente, atualmente trabalha na pesquisa para um livro sobre psicodélicos, que será publicado pela editora Elefante. É autor de duas biografias, “Tons de Clô” (do estilista Clodovil Hernandes) em adaptação para uma série de streaming, e “Raul por trás das canções” (do músico Raul Seixas), ambas publicadas pelo grupo editorial Record.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Relacionados

apoio

parceiros

A revista Psicodelicamente é uma publicação da Tucunacá Edições e Produções LTDA.