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Hub de arte digital quer financiar projetos sobre cannabis e psicodélicos

Ideia, segundo os criadores, é fomentar iniciativas pensadas e empreendidas por quem está na periferia

Carlos Minuano, para a Psicodelicamente

Foto: Reprodução

Um grupo interessado em mudar o rumo das políticas de drogas no país acaba de lançar a Cannadelic, um hub de arte digital que pretende financiar projetos de impacto social sobre cannabis e psicodélicos. A ideia, segundo os criadores, é fomentar iniciativas pensadas e empreendidas por quem está na periferia. 

A proposta foi lançada na 1ª edição da ExpoCannabis, realizada no último fim de semana em São Paulo – evento que acontece há dez anos no Uruguai.  

“Queremos usar a web3.0 para ao mesmo tempo fortalecer a comunidade em torno da cannabis e psicodélicos e apoiar financeiramente projetos de pessoas e locais atingidos pela violência da guerra às drogas”, explica o advogado Emílio Figueiredo, cofundador e diretor da Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas e um dos idealizadores e fundadores da Cannadelic.

O grupo pretende formar uma comunidade para debates sobre cannabis e psicodélicos. Os encontros serão virtuais e mensais a partir de novembro. A moderação das conversas será do médico Bruno Rasmussen, especializado em psicodelicos, que também é consultor do projeto. 

O grupo é fechado e o acesso será pela arte, explicam os fundadores da Cannadelic. Na verdade, através da compra de obras de arte digital com lastro de conteúdo. Chilling Frog é a primeira coleção à venda a partir de R$ 300.

 Um total de 420 gravuras únicas assinadas pelo artista @Nielk_m, artes digitais podem ser adquiridas através de e-mail com pagamento por PIX ou carteira digital (wallet).

Depois de comprar uma das obras, a pessoa passa a fazer parte da comunidade, podendo apresentar seus projetos a outros integrantes e a debater com especialistas em cannabis e psicodélicos.

Segundo a Cannadelic, quem for de territórios atingidos pela violência da guerra às drogas terá a possibilidade de aquisição gratuita. Mas, não foi informado qual será a base de dados usada para determinar qual região será elegível. 

De acordo com o site, representantes de movimentos e organizações sociais em áreas carentes e periféricas podem solicitar acesso à comunidade gratuitamente pelo email: social@cannadelic.io.

Reprodução

Dentro da lei

A Cannadelic foi fundada pelos advogados Emílio Figueiredo, Marcela Sanches, Ricardo Nemer e por Vinicius Alvarenga, CFO e cofundador da Sinapse Social, empresa de consultoria que fomenta iniciativas de cannabis e psicodélicos, responsável pela área jurídica e regulatória da comunidade. 

“Tudo será feito dentro da lei”, garantem os fundadores, que explicam que a Cannadelic é inspirada em uma DAO, sigla em inglês para Organização Descentralizada Autônoma, com viés social.

Além de ser uma agregadora de conteúdo, a Cannadelic promete reverter seus resultados à sociedade. Segundo o grupo, para cada 10 acessos vendidos, um será doado a pessoas ou movimentos periféricos que já foram impactados pela política de drogas. E parte da arrecadação será destinada a projetos e iniciativas socioambientais e de reparação histórica, como a luta pelo fim da guerra às drogas.

Projetos relacionados à cannabis e psicodélicos que visem causar impacto positivo em áreas periféricas poderão ser inscritos através do formulário de projetos no fórum da comunidade que estará disponível no site da Cannadelic.

Além de um estande na ExpoCannabis, o projeto foi destaque do painel “Mecanismos Legais para Reparação Econômica”, conduzido por Emílio Figueiredo. “Aos poucos as pessoas começam a entender a força e o potencial da iniciativa, que visa financiar e empoderar a periferia em relação ao mercado da cannabis e de psicodélicos”, diz Sandro Langer, cofundador da Sinapse Social e um dos idealizadores do Cannadelic.

Carlos Minuano

Jornalista e escritor, há mais de duas décadas escreve sobre psicodélicos nos principais veículos jornalísticos do país, como nas revistas CartaCapital, Rolling Stone, jornal Metro. É colaborador do portal UOL desde 2012. Além de dirigir a Psicodelicamente, atualmente trabalha na pesquisa para um livro sobre psicodélicos, que será publicado pela editora Elefante. É autor de duas biografias, “Tons de Clô” (do estilista Clodovil Hernandes) em adaptação para uma série de streaming, e “Raul por trás das canções” (do músico Raul Seixas), ambas publicadas pelo grupo editorial Record.

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