Entre os dias 1º e 4 de maio, Arujá (SP) será palco da terceira edição do Festival Indígena União dos Povos (Fiup), um encontro que reunirá lideranças de 17 etnias de todas as regiões e biomas do Brasil para quatro dias de convivência, trocas culturais e debates sobre o presente e o futuro dos povos originários. Pela primeira vez, a Psicodelicamente fará uma cobertura especial do evento, em parceria com a produtora Bari Filmes e com apoio do LIS (Lar e Integração do Ser).
Com uma programação que une espiritualidade, cultura, política e arte, o Fiup se consolida como um espaço de protagonismo indígena e diálogo com a sociedade não indígena. Estão confirmadas presenças de nomes como o cacique Raoni (povo Kayapó), a deputada federal e presidente da Funai, Joenia Wapichana, a deputada estadual Célia Xakriabá, os ativistas Txai Suruí e Tashka Yawanawá, a artista plástica Daiara Tukano, o pajé Ninawa Pai da Mata Huni Kuin e o músico Rasu Yawanawá.
No encerramento do evento, Raoni fará um discurso e Txai lerá o manifesto União dos Povos, elaborado como contribuição indígena à COP30, que acontecerá em novembro, em Belém (PA).
Entre as atrações artísticas, o destaque é o show da cantora Maria Gadú, no sábado, 4 de maio. Também estão previstas apresentações de cinema, literatura, culinária tradicional e rodas de conversa com lideranças e convidados.
As medicinas da floresta e o uso ritual da ayahuasca terão destaque no evento, que retoma debates iniciados na 5ª Conferência Indígena da Ayahuasca.
A primeira roda de conversa sobre o tema acontece na sexta-feira, dia 2, a partir das 10h, com a mesa “Avanços científicos e acessibilidade das plantas nativas”, que reunirá o pajé Ninawa, Francisquinha Shawãdawa, Cunhã Dju Tupi Guarani, o maestro vegetalista Randy Gonzales, o psiquiatra e pesquisador Luís Fernando Tófoli e o líder espiritual Léo Artese.
A discussão pretende lançar luz sobre a tensão entre o uso tradicional do chá na Amazônia e os contextos urbanos de uso, incluindo pesquisas acadêmicas e práticas terapêuticas ocidentais.
Na noite de sábado (3), será realizada uma cerimônia coletiva com medicinas da floresta, conduzida pelas lideranças espirituais presentes. A participação será restrita a pessoas previamente inscritas e que tenham passado por uma anamnese com a equipe médica do festival.
Durante o evento, o LIS — parceiro na cobertura da Psicodelicamente — também marcará presença com um estande informativo sobre suas atividades, incluindo os retiros realizados no Brasil e na Amazônia peruana.
No espaço, estarão à venda obras do maestro vegetalista e artista peruano Randy Chung Gonzales, com pinturas inspiradas em sua trajetória com as plantas mestras.
O público também poderá adquirir o livro “Iniciação pelos Espíritos – tratando as doenças da modernidade pelo xamanismo, psicodélicos e poder do Sagrado”, coescrito por Randy em parceria com a antropóloga Frédérique Apffel-Marglin.
A cobertura da Psicodelicamente no Fiup contará com entrevistas, registros audiovisuais exclusivos e relatos em primeira pessoa sobre os principais momentos do encontro. Acompanhe nossas redes sociais, no site www.psicodelicamente.com.br e no blog na CartaCapital para mais conteúdos sobre os quatro dias de festival.